segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Operação de desintrusão da Terra Indígena Awá-Guajá prossegue.



Prossegue a desintrusão da terra indígena Awá, no Noroeste do Maranhão. Nesta quinta-feira (16/1) foram feitas 53 notificações, todas na região Sul da Terra Indígena Awá. No segundo dia de trabalho, as notificações entregues somam 98.  Isto representa cerca de 40% do total da terra indígena do total de 116 mil hectares. Os trabalhos estão sendo realizados por quatro oficiais de justiça divididos em equipes que percorrem por via terrestre e aérea na localização das edificações.

Nas moradias em que não são encontrados moradores, as notificações são afixadas em locais visíveis. O documento  é necessário para o cadastramento junto ao Incra, o que poderá garantir o assentamento das famílias e  acesso às políticas públicas. A equipe de governo, instalada na base avançada na entrada da Terra Indígena, recebeu o reforço dos funcionários da prefeitura de São João do Caru. Eles serão responsáveis pela inscrição das famílias no CadUnico. A operação continua de forma pacífica. Não foram registradas ocorrências.

Fiscalização

As notificações na fronteira da Terra Indígena Awá com a Reserva Biológica do Gurupi acontecem nesta sexta (17/1). Após as notificações, serão feitas vistorias na região para coibir a entrada de madeireiros ilegais na Reserva do Gurupi.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio  fará uma operação especial de fiscalização na Reserva Biológica do Gurupi, com 271 mil hectares, localizada na fronteira da Terra Indígena Awá.

A equipe do Instituto, com apoio do  Batalhão de Policiamento Ambiental do Maranhão participa da Operação Awá para evitar invasões na Reserva durante o período da desintrusão  e, ao mesmo tempo, acompanhar as notificações. A equipe interministerial da Operação é formada pela Funai, Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministério da Defesa (Exército e Força Aérea Brasileira), Polícias Federal, Rodoviária Federal, Força Nacional,ICMBio, Ibama, Gabinete de Segurança Institucional – ABIN, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia – CENSIPAM, MDA/ Incra e INSS.

Na manhã deste domingo (19), equipes da Funai, das Polícias Federal e Rodoviária Federal, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, da Força Aérea, Exército e da Força Nacional visitaram os awá na Aldeia Juriti (MA), localizada na região sul da terra indígena awá-guajá.

O encontro proporcionou uma troca de experiências entre os indígenas e os servidores envolvidos na Operação de Desintrusão da Terra Indígena Awá-Guajá. Os coordenadores das equipes explicaram sobre o funcionamento das ações de retirada de não-índios e madeireiros da região. Com a retirada, os awá poderão retornar suas atividades de caça e coleta na área, à medida que a terra for recuperada, o que garantirá a fonte de alimento e a reprodução física e cultural dos indígenas.

Os awá relataram para as equipes os impactos negativos da exploração madeireira na terra indígena, com a presença constante de tratores, caminhões e não-índios. O desaparecimento da caça com a derrubada da floresta vem provocando o confinamento de um grupo tradicionalmente caçador e coletor, que também se vê impedido de sair da área da aldeia devido a ameaças de morte recebidas. Esse confinamento traz sérios riscos para a segurança alimentar dos indígenas.


Foto: Silvano Fernandes/ Funai
Fonte: FUNAI

Nenhum comentário:

Postar um comentário