Prossegue a desintrusão da terra indígena Awá, no Noroeste do
Maranhão. Nesta quinta-feira (16/1) foram feitas 53 notificações, todas na
região Sul da Terra Indígena Awá. No segundo dia de trabalho, as notificações
entregues somam 98. Isto representa cerca de 40% do total da terra
indígena do total de 116 mil hectares. Os trabalhos estão sendo realizados por
quatro oficiais de justiça divididos em equipes que percorrem por via terrestre
e aérea na localização das edificações.
Nas moradias em que não são encontrados moradores, as
notificações são afixadas em locais visíveis. O documento é necessário
para o cadastramento junto ao Incra, o que poderá garantir o assentamento das
famílias e acesso às políticas públicas. A equipe de governo, instalada
na base avançada na entrada da Terra Indígena, recebeu o reforço dos
funcionários da prefeitura de São João do Caru. Eles serão responsáveis pela
inscrição das famílias no CadUnico. A operação continua de forma pacífica. Não
foram registradas ocorrências.
As notificações na fronteira da Terra Indígena Awá com a Reserva
Biológica do Gurupi acontecem nesta sexta (17/1). Após as notificações, serão
feitas vistorias na região para coibir a entrada de madeireiros ilegais na Reserva
do Gurupi.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade -
ICMBio fará uma operação especial de fiscalização na Reserva Biológica do
Gurupi, com 271 mil hectares, localizada na fronteira da Terra Indígena Awá.
A equipe do Instituto, com apoio do Batalhão de
Policiamento Ambiental do Maranhão participa da Operação Awá para evitar
invasões na Reserva durante o período da desintrusão e, ao mesmo tempo,
acompanhar as notificações. A equipe interministerial da Operação é formada pela
Funai, Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministério da Defesa
(Exército e Força Aérea Brasileira), Polícias Federal, Rodoviária Federal,
Força Nacional,ICMBio, Ibama, Gabinete de Segurança Institucional – ABIN,
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia – CENSIPAM, MDA/
Incra e INSS.
Na manhã deste domingo (19), equipes da Funai, das Polícias
Federal e Rodoviária Federal, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de
Proteção da Amazônia, da Força Aérea, Exército e da Força Nacional visitaram os
awá na Aldeia Juriti (MA), localizada na região sul da terra indígena
awá-guajá.
O encontro proporcionou uma troca de experiências entre os
indígenas e os servidores envolvidos na Operação de Desintrusão da Terra
Indígena Awá-Guajá. Os coordenadores das equipes explicaram sobre o
funcionamento das ações de retirada de não-índios e madeireiros da região. Com
a retirada, os awá poderão retornar suas atividades de caça e coleta na área, à
medida que a terra for recuperada, o que garantirá a fonte de alimento e a
reprodução física e cultural dos indígenas.
Os awá relataram para as equipes os impactos negativos da
exploração madeireira na terra indígena, com a presença constante de tratores,
caminhões e não-índios. O desaparecimento da caça com a derrubada da floresta
vem provocando o confinamento de um grupo tradicionalmente caçador e coletor,
que também se vê impedido de sair da área da aldeia devido a ameaças de morte
recebidas. Esse confinamento traz sérios riscos para a segurança alimentar dos
indígenas.
Foto: Silvano Fernandes/ Funai
Fonte: FUNAI
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