terça-feira, 25 de março de 2014

Operação de desintrusão da Terra Indígena Awá.


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Terminou no último dia 9/3, o prazo dado pela Justiça Federal para que as 427 famílias de ocupantes notificados deixem voluntariamente a Terra Indígena Awá, localizada no Noroeste do Maranhão, municípios de Centro Novo do Maranhão, Governador Newton Bello, São João do Caru e Zé Doca.


O governo federal, que cumpre determinação judicial, informa que está providenciando apoio logístico de transporte para os agricultores familiares que solicitarem ajuda para retirar os bens das ocupações. O serviço continua a ser prestado até a última família ser retirada. Vários agricultores notificados já saíram da região antes do prazo e por meios próprios. A coordenação da Operação Awá informa que dispõe de caminhões e veículos diversos para fazer a remoção de famílias e desfazimento de construções, cercas, estradas e demais construções dentro da Terra Indígena.
A operação está acontecendo de forma pacífica para garantir, de um lado, o direito constitucional do povo Awá-Guajá de viver em seu território tradicional e, de outro, a possibilidade de legalização fundiária aos agricultores familiares ocupantes da terra indígena.

O governo federal assentará as 224 famílias que atendem aos critérios do Plano Nacional de Reforma Agrária. O Incra cadastrou 265 famílias, das quais 224 se enquadram. Para atender de imediato as famílias com perfil de reforma agrária, o Incra dispõe de dois assentamentos - Parnarama e Coroatá - que possuem 570 vagas, o suficiente para incluir todos os posseiros. As famílias cadastradas terão ainda benefícios como Crédito Apoio e Fomento, PRONAF, vias de acesso, assistência técnica e políticas públicas como o Minha Casa, Minha Vida, Luz para Todos e Água para Todos. Todas as famílias de baixa renda notificadas receberão cestas básicas do governo federal.

A equipe interministerial da Operação Awa é formada pela Funai, Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministério da Defesa (Exército e Força Aérea Brasileira), Polícias Federal, Rodoviária Federal, Força Nacional, ICMBio, Ibama, Gabinete de Segurança Institucional – ABIN, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia – CENSIPAM, MDA/ Incra e INSS.

Balanço

Além de cumprir sentença judicial, o governo federal ofereceu diversos serviços a população da região. Foram emitidos 312 documentos, resultado do trabalho da equipe composta por servidores do Incra, Instituto de Identificação, Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e Delegacia Regional do Trabalho (DRT-MA). Eles estiveram na região para providenciar documentos como CPF, Carteira de Trabalho e Carteira de Identidade, necessários para o cadastro no Incra e no CadÙnico. Esta ação foi coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural.

No âmbito da Operação, o Ibama está realizando o trabalho de medição para identificar a extensão do desmatamento ocorrido na área. Segundo a análise feita a partir de imagens de satélite disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com informações do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal - Prodes, entre os anos de 2000 a 2009, a retirada de madeira e as invasões de posseiros devastaram mais de 30% da área, o que corresponde a aproximadamente 36 mil hectares desmatados.
A saída dos moradores não índios da Terra Indígena Awá, no Maranhão está ocorrendo normalmente, sem incidentes registrados. Até o momento, do total de 427 construções na área, 263 (61,6%) estão desmontadas, abandonadas ou sendo desmontadas.
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Das 16 grandes extensões de terra apropriadas por posseiros para criação de gado, sete estão desocupadas ou abandonadas, em seis os ocupantes estão terminando de retirar o material e duas, cujas sedes estão fora, mas possuem pastos dentro da Terra Indígena, ainda não alteraram as cercas conforme determinação judicial. Apenas uma está em processo de adequação da cerca.
Nos sobrevoos e deslocamentos terrestres realizados pelas forças federais da Operação Awá, já foram identificadas diversas casas abandonadas ou desmontadas. Está sendo feito um reconhecimento mais detalhado para confirmar a situação de 164 construções - ou 38,4% do total.

Aqueles que ainda estão dentro da Terra Indígena aguardam agendamento para sair. A FUNAI continua a recuperação de vias dentro e fora da área para permitir o acesso às famílias isoladas e das que saem por meios próprios e com o apoio das prefeituras locais.

Base
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No dia 15/3 foi montada a terceira base da Operação Awá no povoado de Vitória da Conquista, com o objetivo de apoiar as atividades de desocupação da Terra Indígena. O povoado de Cabeça Fria está praticamente toda desmontado. As poucas casas que permanecem estão aguardando o apoio para a retirada. Como em Cabeça Fria, as casas em Vitória da Conquista também estão em fase de desmontagem.

No dia 14/3, o INCRA realizou uma reunião no povoado de Cabeça Fria com o objetivo de orientar famílias cadastradas e aptas ao assentamento no programa nacional de reforma agrária. O governo federal assentará as 224 famílias que se enquadram nos critérios do Plano Nacional de Reforma Agrária.

Para atender de imediato as famílias, o Incra disponibilizou dois assentamentos - Parnarama e Coroatá - com 570 lotes, o suficiente para incluir todos os posseiros. No dia 26/3 representantes dos agricultores familiares irão conhecer os dois assentamentos a convite do Instituto.
 foto Silvano
As famílias que serão assentadas terão ainda benefícios como Crédito Apoio e Fomento, Prona, vias de acesso, assistência técnica e políticas públicas como o Minha Casa, Minha Vida, Luz para Todos e Água para Todos. Todas as famílias de baixa renda notificadas receberão cestas básicas do governo federal.

A equipe interministerial da Operação Awa é formada pela Funai, Secretaria-Geral da Presidência da República, Ministério da Defesa (Exército e Força Aérea Brasileira), Polícias Federal, Rodoviária Federal, Força Nacional, ICMBio, Ibama, Gabinete de Segurança Institucional – ABIN, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia – CENSIPAM, MDA/ Incra e INSS.