quarta-feira, 31 de julho de 2013

OPERAÇÃO HILEIA PÁTRIA...


Prosseguem na região de Buriticupu e municípios próximos as atividades da FUNAI, do Exército e do IBAMA na operação Hiléia Pátria. O Comando Militar do Nordeste está participando da Operação com 700 homens, 92 viaturas, 02 carros de combate blindados, 02 helicópteros, além do estabelecimento de um Hospital de Campanha. A operação não tem prazo para ser finalizada. 

O objetivo é o combate à exploração de madeira na região. O Exército Brasileiro está dando apoio a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em ações de repressão a crimes ambientais e na redução do desmatamento ilegal dentro das Terras Indígenas (TI's), abrangendo os diversos municípios Maranhenses. 

Os Órgãos desde do dia 20 de junho  atuam nas TI's do ALTO TURIAÇU, AWÁ e CARÚ. Nesta segunda fase da Operação, estarão presentes na Reserva Biológica do GURUPI e diversas regiões do município de Buriticupu e adjacências. 

Durante a Operação Hileia Pátria,o Hospital Militar de Área de Recife desdobrou um hospital de campanha para atender aos militares e realizar ação social nas comunidades dessas regiões. oferecendo à população atendimento médico e odontológico, além das ações cívico sociais em escolas, postos de saúde e comunidades carentes em coordenação com as diversas Secretarias Municipais nas localidades em que haja atuação do Exército.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Operação combate desmatamento ilegal em Buriticupu.

 Exército Brasileiro lançou uma operação para parar o desmatamento ilegal (Foto: Divulgação/Exército)

A Operação Hiléia Pátria, que agora está com base em Buriticupu, no Maranhão, já expediu mais de um milhão em multas e apreendeu madeira de serrarias dentro da cidade. O quartel general da operação esta sendo montado no IFMA, Instituto federal do Maranhão. 700 homens do exército, 24 do IBAMA, 10 do Intituto Chico Mendes, além de representantes da FUNAI e Batalhão Ambiental, devem ficar na região por tempo indeterminado.

Essa é a segunda etapa da operação Hiléia Pátria. A primeira foi realiza no fim de julho na região de Zé Doca e teve como alvo o combate aos crimes ambientais dentro das terras indígenas Alto Turiaçu, Awa Guajá Caru.

Agora, a operação se concentra na Reserva Biológica do Gurupi e municípios no entorno, áreas criticas de ocorrências de desmatamentos ilegais. As atividades do exército envolvem ações de logística, comunicação, inteligência e segurança das instituições e das equipes do IBAMA.


92 viaturas, dois tanques blindados, dois helicópteros além de um hospital de campanha fazem parte da estrutura montada no colégio. Nas primeiras horas da Operação Hiléia, 18 serrarias foram fechadas. Elas são suspeitas de receptação de madeira ilegal.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Ossos de indígenas encontrados no Tocantins revelam ritual pós-morte

A antropóloga física Eugênia Cunha dando consultoria sobre análise de ossos (Foto: Vivianni Asevedo/Ascom NUTA)
A antropóloga física Eugênia Cunha dando consultoria sobre análise de ossos
(Foto: Vivianni Asevedo/Ascom NUTA)


O Núcleo Tocantinense de Arqueologia (NUTA) da Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) está analisando oito restos de esqueletos encontrados na Ilha dos Campos, em 2002, próxima ao Rio Tocantins, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Os restos, que, provavelmente, são de indígenas Guaranis, estavam dentro de urnas – com formato oval e feitas de cerâmicas - salvaguardadas no Sítio Abrigo Santa Helena, uma espécie de caverna formada por paredões rochosos, lugar que foi submerso depois da construção da Usina Hidrelétrica de Estreito.

A antropóloga física Drª Eugênia Cunha, professora catedrática presidente da Sociedade Europeia de Antropologia Forense e coordenadora do Mestrado em Evolução e Biologia Humana da Faculdade de Coimbra, Portugal esteve em Palmas no mês de junho para ajudar na análise dos esqueletos. Segundo ela, as formas como os corpos foram guardados revelam um ritual pós-morte bastante peculiar. Os enterramentos eram chamados de secundários. Os indígenas, primeiramente faziam o enterro superficial. Depois que a carne havia se decomposto, eles tiravam os ossos, lavavam e depois os colocavam em urnas. “Um prova de que o povo se preocupava com a morte e com seus familiares”, segundo a antropóloga.

Foram encontradas quatro urnas, em uma delas tinham três esqueletos – um bebê de seis meses, o outro de três anos e o terceiro de sete anos. Segundo a antropóloga física, o fato de ter três restos guardados em uma só urna pode significar o grau de parentesco entre os mortos. Junto a um dos esqueletos foi encontrado um objeto, chamado de tembetá, adorno utilizado nos rituais de passagem, para perfurar o queixo do indígena, que ao fazer 13 anos, passava da infância para a fase adulta, quando ele já poderia constituir família.

A etnia Guarani não é originária do Tocantins. Mas, eles são povos semi nômades. De acordo com Ivan Guarani, 43 anos, integrante do movimento indígena no estado e estudante de direito na Universidade Federal do Tocantins, este ritual foi perdido no tempo, pela inserção de outras culturas e pela falta de terra.

A lavagem dos ossos, na verdade, significa purificação, segundo Ivan. “Quando os portugueses, também chamados de Paraíbas pelos indígenas, chegaram no Brasil, eles contaminaram a terra. Quando algum indígena era enterrado, ficava contaminado, por isso era necessário que os ossos fossem lavados para que as almas ficassem limpas e fossem em paz”. Ele diz que este ritual faz parte da crença religiosa, um mandamento do Deus Nhãm Jdará.

Hoje os 46 Guaranis que vivem no município de Xambioá, norte do Tocantins, dividem a terra com os Carajás. O grupo, do qual o indígena Ivan faz parte, veio de Mato Grosso do Sul e fixou moradia no norte do estado. “Os Carajás nos acolheram e a cultura deles é muito diferente da nossa. Além disso, nós não temos área própria, razões pelas quais não praticamos mais essa forma de ritual”.

A forma como os indígenas – Guaranis e Carajás, mais especificamente -  enterram os mortos, nos dias de hoje, é bem parecida com a praticada pelos brancos, segundo Ivan. O ritual foi mudando com o tempo. “Quando eu era criança lembro que o índio Guarani era enterrado numa esteira feita de madeira”.

Agora resta saber de qual época pertenciam os povos que praticavam o ritual de purificação dos corpos. De acordo com a professora e coordenadora do NUTA, Antônia Custódia, os exames de DNA, que serão feitos posteriormente revelarão a época em que estes povos viveram.


NUTA

O trabalho feito pelo NUTA tem o objetivo de resgatar histórias e fazer um monitoramento histórico e cultural das regiões impactadas. No local, onde hoje só se vê água da Usina Hidrelétrica de Estreito foram identificados, antes da construção da usina, 100 sítios arqueológicos. Além dos corpos, foram catalogadas cerca de três mil peças artesanais. Os resultados das análises dos achados serão entregues ao Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.


Fonte: G1